01
Nada além da verdade
Empresas e negócios enfrentam uma série de desafios quando o assunto é comunicar de forma realista e transparente suas ações sustentáveis. Isso se dá devido à falta de regras e métricas comuns para medirem e comunicarem resultados.
O lançamento do TNFD (nature-related financial disclosure framework) e os esforços da União Europeia para regular comunicações ESG enganosas (greenwashing) são respostas à falta de métricas e exageros na divulgação de dados sobre as práticas de sustentabilidade das empresas. Se no passado isto passava despercebido, hoje consumidores, sociedade e governos estão atentos. Isso não significa que esperam a perfeição, mas sim uma análise crítica, consciência e transparência por parte das empresas.
Veja em:
02
O custo do protagonismo
Enquanto empresas anunciam estratégias ambiciosas, outras pagam o preço por se posicionarem em temas importantes para a sociedade.
O mercado consumidor demanda cada vez mais que empresas e negócios se posicionem e assumam protagonismo em pautas relevantes para a sociedade. A Salesforce quer mobilizar seus clientes para a restauração ambiental. Já a Mattel, criadora de uma das bonecas mais conhecidas do mundo, lança a Barbie com síndrome de down, levantando a pauta da inclusão nos brinquedos. Ao mesmo tempo em que há uma demanda por protagonismo, há um risco para os negócios. No setor de bebidas, a cerveja Bud Light, controlada pela gigante AB InBev, se posicionou sobre a visibilidade trans por meio de uma propaganda. O resultado foi uma série de boicotes por parte de políticos e celebridades nos EUA.
Veja em:
GreenBiz: Salesforce goes for ‘nature positive’
Valor Econômico: Barbie com síndrome de down é lançada pela Mattel
03
A cadeia de suprimentos importa
O ano de 2023 está mostrando de forma clara como a falta de políticas e ações efetivas no controle das cadeias de suprimentos impactam as empresas. Os riscos de continuar conduzindo os negócios como no passado aumentaram.
A relevância da gestão adequada da cadeia de suprimentos ganha ainda mais peso com: 1) a aprovação da lei europeia que proíbe a venda de produtos ligados a desmatamento, 2) discussões para aprovar uma diretiva que obriga as empresas a identificar e mitigar violações de direitos humanos como o trabalho infantil ou análogo à escravidão, e 3) os danos ambientais causados pelos fornecedores. Em resposta, setores produtivos se articulam para criar sistemas de rastreabilidade e comprovação de procedência sustentável.
Veja em:
Valor Econômico: CNA propõe sistema voluntário para rastrear bovinos
04
Abaixo o carbono
Dois anúncios no mês de abril reforçam a crescente relevância de políticas públicas para a promoção da economia de baixo carbono. Depois de Europa e Estados Unidos, o Brasil se prepara para anunciar seu Pacote Verde de estímulo ao crescimento sustentável.
Em janeiro, os ministros Marina Silva e Fernando Haddad representaram o Brasil em Davos e levaram a pauta da sustentabilidade ao Fórum Econômico Mundial, na Suíça. Quatro meses depois, o governo anunciou um Pacote Verde, plano que inclui incentivos ao mercado de crédito de carbono, painéis solares e ampliação da participação de produtos da floresta nas exportações, entre outros pontos. Do outro lado do mundo, a União Europeia aprova imposto sobre carbono que vai encarecer produtos intensivos em emissões danosas ao clima. A decisão faz parte de uma reforma do bloco que possui o objetivo de reduzir as emissões da UE em pelo menos 55% até 2030, em comparação com os níveis de 1990, e alcançar a neutralidade climática em 2050.
Veja em:
Um Só Planta: União Europeia aprova imposto sobre carbono que vai encarecer produtos intensivos em emissões danosas ao clima
Para Refletir:
Arrabalde: em busca da Amazônia
João Moreira Salles, autor, documentarista e produtor de cinema brasileiro, lançou recentemente o livro Arrabalde, que apresenta um panorama do maior bioma nacional, misturando relatos, entrevistas e pesquisas para retratar as variadas percepções sobre a Amazônia por aqueles que se relacionam com ela.
“Ministry for the Future”
O livro “Ministry for the Future”, sem tradução para o português, é um romance de ficção climática do escritor americano Kim Stanley Robinson publicado em 2020. O romance situado em um futuro próximo descreve as consequências desastrosas de um planeta em aquecimento e as medidas que a humanidade toma para mitigá-las.
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